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Estiagem provoca prejuízos e 15 municípios estão em situação de emergência no RSEstiagem provoca prejuízos e 15 municípios estão em situação de emergência no RS

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Publicado em 22/12/2021, Por G1

A falta de chuvas no Rio Grande do Sul está provocando grandes prejuízos nas lavouras. A Emater informou que ainda está levantando oficialmente os prejuízos, porém diversas cidades já registraram perdas de mais de 80% nas produções.

Até a noite desta terça-feira (21), 15 municípios haviam decretado situação de emergência em razão da estiagem, conforme a Defesa Civil. Outras cinco cidades registraram perdas significativas mas ainda não decretaram emergência. A maioria delas é do Norte ou Noroeste do estado.

Das 15, apenas uma teve teve a situação homologada pelo estado e pela União até esta terça. Júlio de Castilhos decretou situação de emergência no dia 6 de dezembro e teve homologação no dia 16. As outras cidades ainda tem prazo de 180 dias para comprovar a situação, apresentando laudos de pessoas afetadas, situação da agricultura, entre outros aspectos.

De acordo com a Defesa Civil, com a homologação da situação de emergência, os municípios passam a ter uma série de benefícios relativos à ajuda humanitária, como repasse de recursos e auxílio em obras de restabelecimentos por meio de planos de trabalho.

Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), o estado enfrenta a estiagem desde 2019. Em entrevista ao Bom Dia Rio Grande, da RBS TV, nesta terça, a titular da pasta, Silvana Covatti, disse que há falta de água para consumo humano em algumas localidades.

"Sabemos da gravidade que estamos vivendo: climática, da perda do milho no nosso estado e falta d'água nos municípios tanto para beber quanto para o trato dos animais e do produto", destacou.

De acordo com Silvana, o estado já está tomando providências a curto prazo para tentar ajudar produtores.

"Nós já encaminhamos, estamos em fase de conclusão entre as secretarias, estamos com todos os documentos pra soltar a licitação das empresas. Acredito que na próxima quinzena do mês de janeiro, nós já queremos colocar em prática, a perfuração de 6 mil micro açudes no interior do estado, 750 poços artesianos com bomba submersa pra captação de água e também 750 conjuntos de redes de água até as residências", destaca.

Municípios em situação de emergência

  • Júlio de Castilhos
  • Tenente Portela
  • Espumoso
  • Arroio do Meio
  • Fontoura Xavier
  • Cristal do Sul
  • São Pedro das Missões
  • Palmitinho
  • Santo Augusto
  • Tupanciretã
  • Barra do Guarita
  • Frederico Westphalen
  • Agudo
  • Alto Alegre
  • Caiçara
  • Cerro Grande (sem decreto)
  • Nova Bréscia (sem decreto)
  • Santa Maria (sem decreto)
  • Rondinha (sem decreto)
  • Pinhal (sem decreto)

A meteorologia também não é uma aliada, já que a previsão do tempo indica que o verão será de muito calor e pouca chuva. Segundo o Climatempo, no interior, as temperaturas facilmente chegarão aos 40º C durante a estação.

Em janeiro, somente no Norte gaúcho devem ocorrer chuvas levemente acima da média. No restante do estado, será um mês de poucas precipitação. E nos meses seguintes, fevereiro e março, a chuva escassa volta a predominar em todo o estado.

Lavouras com perdas de 80%

Em Espumoso, no Norte do RS, as perdas em lavouras por causa da estiagem devem ultrapassar os R$ 100 milhões. Em uma propriedade visitada pela reportagem da RBS TV, quase 60 hectares de milho se perderam.

A preocupação atual também é com o desenvolvimento da soja, já que em muitos locais as plantas não cresceram e precisaram ser replantadas. Mas para isso, a chuva é essencial.

"Como deu um sol muito quente e não choveu mais, acabou apodrecendo. Não teve as condições ideais pro desenvolvimento dela. Para realizar um replantio, precisa dar pelo menos 30 milímetros de chuva para ter uma condição ideal e restabelecer, né. Está muito triste a situação", diz a produtora rural Jerusa Corazza.

A Emater local estima que, se a estiagem persistir, praticamente 100% da cultura de grãos será perdida no município.

"Um prejuízo enorme, trabalho do ano inteiro", diz o coordenador da Emater de Espumoso, Lauro Colle.

Em Santo Augusto, no Noroeste do estado, além das perdas de 70% na produção de milho, famílias da Zona Rural dependem de água potável vinda de fora. Situação parecida com Frederico Westphalen, no Norte, onde açudes e poços artesianos secaram.

Segundo a prefeitura da cidade, aproximadamente 300 famílias do interior estão sendo abastecidas com 900 mil litros de água potável por mês.

"Temos dificuldades quanto a água no interior. A água potável para as pessoas também tomarem e também para os animais. Estamos levando água com dois caminhões direto para os nossos agricultores, que está faltando água em todo o nosso município", diz o secretário de Agricultura de Frederico Westphalen, Gildo Roque Bussatto.

Em Palmitinho, cerca de 80% das lavouras de milho foram afetadas. Um caminhão pipa também está sendo usado para levar água pro consumo dos moradores.

Já em Fontoura Xavier, o último registro de chuva volumosa foi no início do mês de outubro. Cerca de 5,5 mil pessoas estão sendo afetadas, o que representa mais da metade dos moradores da cidade.

Programa Avançar

No início do mês de dezembro, o governo do RS anunciou o programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, com aporte de R$ 275,9 milhões. Segundo o estado, o valor é o dobro do que já foi investido no setor nos últimos 10 anos.

O investimento será voltado ao atendimento de três grandes eixos estratégicos: qualificação da irrigação (R$ 201,42 milhões), fortalecimento da agricultura familiar (R$ 35,34 milhões) e melhorias nos acessos às propriedades para facilitar o escoamento da produção agropecuária (R$ 39,15 milhões).

Um dos objetivos do programa é justamente impulsionar a produção agrícola com incentivos aos projetos de irrigação e construção de açudes, preparando as comunidades rurais para enfrentar períodos de estiagem.

(FOTO: REPRODUÇÃO / RBS TV)