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Caxias do Sul tem primeira coleta de plasma sanguíneo para uso no tratamento da Covid-19Caxias do Sul tem primeira coleta de plasma sanguíneo para uso no tratamento da Covid-19

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Publicado em 26/05/2020, Por G1/RS

Caxias do Sul é a primeira cidade do Rio Grande do Sul a adotar a transfusão de plasma sanguíneo, um tratamento experimental, para pacientes infectados pelo novo coronavírus. A primeira coleta aconteceu na sexta-feira (22). O doador é um homem, de 31 anos, que se recupera da Covid-19 desde o dia 30 de março.

Segundo a infectologista e diretora das Vigilâncias em Saúde de Caxias do Sul, Andréa Dal Bó, o plasma, a parte líquida do sangue, transporta os glóbulos vermelhos e brancos, além dos nutrientes, e ainda guarda os anticorpos. Quando um corpo vence uma infecção, os anticorpos "aprendem" a defender, e o paciente fica imune à doença.

Por isso, pesquisadores acreditam que essa defesa pode ser usada para outras pessoas, no combate ao coronavírus.

"Os primeiros estudos são bastante positivos em relação a isso. Com diminuição da mortalidade, diminuição do tempo de ventilação mecânica, diminuição da quantidade de vírus do coronavírus no paciente, melhora clínica substancial. É como se fosse uma transfusão de sangue. Então, a questão de efeito colateral é praticamente zero", explica Andréa.

O tratamento experimental conta com voluntários. A seleção dos doadores de plasma passa por uma avaliação rigorosa e terá várias etapas. Neste momento, as pessoas que podem doar são homens, entre 18 e 60 anos, que tiveram a infecção pelo coronavírus confirmada por exame laboratorial. Eles também precisam estar há mais de 28 dias recuperados, sem sintomas da doença e não ter outras doenças transmissíveis.

Após da coleta, de 500 ml para cada pessoa, o plasma vai passar por alguns exames antes de ser liberado para uso, e pode ser armazenado por até um ano. O Hospital Virvi Ramos é o primeiro do estado a ter um protocolo que viabiliza a transfusão.

"Esse tipo de terapia já está autorizada pela Anvisa. Claro que, desde que tenha um protocolo e, desde que seja incluído em um projeto de pesquisa. A pesquisa ainda não sabemos se será possível porque vai depender de ter um número adequado de pacientes e de ter doadores para fornecer esse plasma. Mas, se salvar uma vida, acho que já foi válido todo empenho da equipe", diz a médica intensivista e coordenadora do projeto de pesquisa, Eveline Gremelmaier.

Esse tipo de tratamento não é novo. Há mais de 100 anos foi usado contra a gripe espanhola, e mais recentemente pelas epidemias dos vírus ebola e H1N1.

Para doar, é preciso entrar em contato com o Hemocentro de Caxias do Sul para agendar a coleta. Informações no telefone (54) 3290.4543 ou pelo Whatsapp (54) 9 8418.8487.

Foto: Hospital Virvi Ramos/Divulgação